29/7/2014 - Sorocaba - SP

Saae contesta representação de vereador no MP e discorda de afirmações divulgadas

da assessoria de imprensa da Prefeitura de Sorocaba 
A respeito da nota enviada à imprensa pela assessoria do vereador Carlos Leite, e postada no site da Câmara de Sorocaba, sobre representação no Ministério Público, solicitando investigação junto à Prefeitura e ao Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Sorocaba, o diretor-geral da autarquia, engenheiro Adhemar José Spinelli Júnior, esclarece que o Saae/Sorocaba sempre esteve e estará à disposição do MP para prestar quaisquer esclarecimentos, eventualmente necessários. Porém, adianta que não concorda com nenhum dos pontos citados e rebate todas as afirmações divulgadas.
 
“A eventual má gestão e falta de investimentos por parte da autarquia não existe. O trabalho administrativo e operacional que o Saae/Sorocaba desenvolve é dinâmico e acompanha o crescimento da cidade com planejamento antecipado, e com horizontes de 20 anos, fato que pode ser constatado numa simples consulta aos nossos planos diretores”, destaca Adhemar Spinelli.
 
Sobre a suposta omissão na construção de barragens e na despoluição de córregos para captação de água e omissão na modernização dos sistemas de tratamento e distribuição, Spinelli explica: “Certamente, o vereador está se referindo à represa do Ferraz e ao córrego Pirajibu. Lembramos que a autarquia reconstruiu e ampliou a barragem reguladora da represa do Éden, instalada às margens da rodovia Castelinho, permitindo que passasse a contar com um reservatório com capacidade para armazenar 343 milhões de litros de água, e recentemente concluiu e obteve outorga do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) para a adequação da barragem e do seu vertedouro, com ampliação da capacidade da própria represa do Ferraz. Da mesma forma, já assinamos contrato com a empresa responsável pelo projeto executivo para as obras de ampliação em 50% da Estação de Tratamento de Água do Éden, cujo contrato de financiamento no valor de R$ 11 milhões foi firmado pelo prefeito no último dia 15 de julho. Lembramos ainda das obras de ampliação e modernização que vêm sendo desenvolvidas na ETA/Cerrado e a futura implantação da ETA/Vitória Régia, que envolvem, respectivamente, investimentos de R$ 24 milhões e R$ 53,4 milhões. A ETA/Vitória Régia terá o seu sistema interligado ao sistema hoje existente, permitindo inclusive que a região do Éden/Cajuru também seja beneficiada com a sua implantação, Portanto, o Saae/Sorocaba não se encontra apenas na fase de intenções para a região do Éden/Cajuru e para a cidade como um todo. Possuímos, na verdade, planejamento e projetos prontos e recursos já concretizados, que vínhamos buscando já há algum tempo, o que demonstra na prática a gestão séria e eficiente da autarquia”, detalha Adhemar.
 
“Sobre a despoluição do córrego Pirajibu, lembramos que dos 10 quilômetros previstos do seu coletor-tronco, 9 quilômetros já estão concluídos e o pouco que resta está em pendência jurídica, visto que não conseguimos permissão de proprietários de áreas particulares para a passagem dos tubos”, destaca Spinelli.
 
Quanto a eventuais crimes ambientais decorrentes de ações do Saae/Sorocaba para desviar águas de represas particulares para a represa do Ferraz, o diretor-geral da autarquia lembra que na semana passada, quando questionado por órgãos de imprensa da cidade sobre se esses mananciais ainda estavam sendo utilizados, foi explicado e publicado que vinha sendo realizado um acompanhamento sistemático dessas represas por parte dos engenheiros e técnicos da autarquia, visto que existia a preocupação de não causar danos ambientais e ao ecossistema desses mananciais.
 
“A afirmação de que técnicos da autarquia teriam dito que a água desviada havia sido absorvida pelo fundo seco da represa é inverídica e equivocada. O que foi explicado na oportunidade é que a água captada pelo Saae/Sorocaba nessas represas ficou empossada em alguns pontos no meio do caminho, antes da sua chegada à represa do Ferraz, e que a autarquia iria intervir para corrigir essa situação, como de fato ocorreu, conforme também noticiaram os órgãos de imprensa da cidade, quando a autarquia realizou ações para limpar canais que possibilitasse o seu melhor escoamento até o destino final”, destaca Spinelli.
 
Finalmente, sobre os 39% de perdas de água tratada, o diretor-geral do Saae/Sorocaba volta a lembrar que “esse número não reflete a realidade de Sorocaba, visto que nele estão incluídas as perdas aparentes e não físicas, ou seja, aquelas provenientes da água que é consumida e não é medida, devido aos furtos no sistema (‘gatos’); e hidrômetro fraudados, violados, quebrados ou parados. Portanto, não significa que do total da nossa produção 39% são jogados fora ou desperdiçados, pois perda para o Saae/Sorocaba é tudo aquilo que é produzido e não conseguimos medir e cobrar. Esse número, logicamente, inclui também as perdas físicas, que são os vazamentos no sistema, e para corrigi-los estamos em plena execução do nosso plano de diminuição de perdas, que entre outras medidas inclui o controle das pressões nas redes de distribuição, a maior eficiência e agilidade no atendimento aos chamados dos munícipes, o que está sendo possível com a ampliação e modernização do nosso 0800 (0800 770 11 95) e com a aquisição de 10 novas viaturas leves, para substituir os atuais caminhões, possibilitando agilidade no atendimento às chamadas de vazamentos”.
 
Spinelli finaliza destacando que embora a atitude do vereador seja louvável do ponto de vista da principal função do Legislativo, a fiscalização dos atos e ações do Executivo, a representação apresentada ao MP careceu de um maior e melhor conhecimento do trabalho que a autarquia desenvolve no dia-a-dia da cidade. “O Saae/Sorocaba é formado atualmente por um corpo de aproximadamente 1.200 funcionários, que se dedicam à população, muitos deles há quase três décadas, durante todo o dia, noite e madrugada, faça chuva ou sol, e esse trabalho precisa ser respeitado e valorizado e não colocado em dúvida ou sob suspeição”, enfatiza Spinelli.