24/10/2016 - Sorocaba - SP

AUDIÊNCIA PÚBLICA: Santa Casa prestou contas do 2º Quadrimestre de 2016

da assessoria de imprensa da Câmara de Sorocaba

A Câmara Municipal de Sorocaba realizou audiência pública na manhã desta sexta-feira, 21, destinada à prestação de contas da Santa Casa de Misericórdia referente ao 2º Quadrimestre de 2016. O gestor geral da Santa Casa, o urologista José Luiz Pimentel, e sua equipe apresentaram o balanço do hospital relativo aos meses de maio, junho, julho e agosto deste ano. No II Quadrimestre, o custo do hospital ficou em quase R$ 28,8 milhões contra um custo de R$ 25,2 milhões do I Quadrimestre.

 

Com folha de pagamentos e encargos, a despesa subiu de R$ 7,1 milhões no I Quadrimestre para R$ 7,5 milhões no II Quadrimestre. Já o custo com honorários médicos subiu de R$ 9,3 milhões para R$ 10,4 milhões no mesmo período. Outras despesas totalizaram R$ 10,7 milhões, valor também superior aos R$ 8,7 milhões do quadrimestre anterior. Segundo José Luiz Pimentel, o aumento dos custos com pessoal se deve ao dissídio coletivo dos servidores da Santa Casa, cuja data-base é maio.

 

Aumento de leitos – Os leitos disponíveis do hospital subiram de 170 para 181, mas a taxa de ocupação está acima de 100%, passando para 102,9% no II Quadrimestre, percentual um pouco acima dos 100,3% do quadrimestre anterior. A média de permanência dos pacientes variou de 5,93 para 5,98 dias e a taxa de mortalidade do hospital se manteve estável, variando de 11,7% para 11,9% de um quadrimestre para outro.

 

A maternidade da Santa Casa realizou 102 partos normais e 63 partos cesáreos contra 96 partos normais e 71 partos cesáreos no quadrimestre anterior. E foram realizadas 293 cirurgias no II Quadrimestre, três a menos do que as 296 realizadas no I Quadrimestre. “Temos uma quantidade praticamente nula de cirurgias eletivas, pois a Santa Casa funciona como pronto-socorro e a maioria das cirurgias são feitas em caráter de urgência e emergência. Apenas na área de oncologia realizamos algumas cirurgias eletivas”, explicou José Luiz Pimentel.

 

Atendimento de ortopedia – O gestor geral da Santa Casa também explicou que, por conta do atendimento de ortopedia, que passou a se concentrar no hospital, o número total de consultas no pronto-socorro quase dobrou, passando de 1.942 no I Quadrimestre para 3.893 consultas no II Quadrimestre. As consultas de ortopedia, isoladamente, saltaram de apenas 151 no período anterior para 2.222 no II Quadrimestre. Já na oncologia as consultas caíram de 1.648 no quadrimestre anterior para 1.576 no quadrimestre em questão. A radioterapia também sofreu uma redução de 377 para 261 atendimentos. Segundo o gestor geral, o hospital havia recebido um recurso adicional para a radioterapia, no quadrimestre anterior, o que levou ao aumento do atendimento, que agora volta aos níveis normais.

 

Na parte de exames, o Laboratório de Análises Clínicas do hospital liderou a demanda, com 24.492 coletas no II Quadrimestre contra 21.861 do quadrimestre anterior. Raios-x veio em seguida, com um expressivo crescimento no número de exames, chegando a 4.850 no II Quadrimestre contra 3.402 do I Quadrimestre. Já as tomografias variaram de 854 para 845 de um período para o outro, enquanto as mamografias tiveram uma redução expressiva – de 743 para 520 exames. Segundo o gestor geral, essa redução se deve ao fato de que o mamógrafo estava com defeito e o conserto demandou a aquisição de uma peça importada. “Mas na próxima segunda-feira o mamógrafo deve começar a funcionar novamente e voltaremos à média de 700 mamografias por mês”, afirmou José Luiz Pimentel.

 

Fontes de financiamento – O presidente da Comissão de Saúde, vereador Izídio de Brito (PT), que presidiu a audiência pública, indagou o gestor geral sobre as fontes de financiamento da Santa Casa. José Luiz Pimentel explicou que o hospital, além dos recursos da própria Prefeitura, tem convênios com o governo do Estado, do qual recebe cerca de R$ 817 mil por mês de acordo com sua produção, além de R$ 113 mil reis oriundos do Programa Pró-Santa Casa. O hospital também recebe verbas do Ministério da Saúde pelo atendimento de média e alta complexidades.

 

Izídio de Brito também questionou a situação das Unidades Pré-Hospitalares, nas quais os pacientes ficam esperando para serem encaminhados à Santa Casa. Para José Luiz Pimentel, trata-se de um problema de falta de leitos, já que, segundo os indicadores de saúde, Sorocaba, em face de sua população, deveria ter cerca de 700 leitos disponíveis, mas conta com cerca de 380 leitos apenas. “Cerca de 50% da população, ou seja, quase 350 mil pessoas, estão sendo atendidas pelo SUS, ou talvez um pouco mais, porque muita gente ficou desempregada e perdeu o convênio privado. Enquanto houver esse déficit de leitos, vamos continuar enfrentando esses problemas de atendimento”, afirmou.

 

Situação financeira – Segundo o gestor geral, a situação financeira da Santa Casa sob a requisição da Prefeitura é equilibrada. Respondendo a uma indagação do vereador Carlos Leite (PT), José Luiz Pimentel explicou que a maioria dos contratos da Santa Casa, desde sua requisição pelo município, foram feitos pela Prefeitura, por meio de processos licitatórios. E os contratos diretamente feitos pelo hospital estão em dia. “Os atrasos giram em torno de dez a quinze dias, mas temos contado com a compreensão dos fornecedores”, afirmou o gestor geral, acrescentando que o hospital não enfrenta problema de desabastecimento.

 

Izídio de Brito também externou sua preocupação com a transição da Santa Casa em face da nova administração municipal. “Acreditamos, pela evolução de todos os processos relacionados à Irmandade, que, no dia 1º de janeiro do próximo ano, a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia já tenha assumido a gestão do hospital”, afirmou o gestor geral José Luiz Pimentel. Segundo sua previsão, o processo de devolução da Santa Casa para a Irmandade, com o fim da requisição do hospital por parte da Prefeitura, deve ter início em 1º de novembro próximo e durar em torno de 45 dias, chegando ao final antes da posse do novo prefeito.

 

Além do gestor geral José Luiz Pimentel, também estiveram presentes na audiência pública os seguintes gestores da Santa Casa de Misericórdia: André Eduardo Silva, gestor jurídico; Joamar Bertolli Junior, gestor contábil e financeiro; José Roberto Redini Martins, diretor clínico; Gabriel Nicolau Bianchi, diretor técnico; Rita de Cassia Del Bem Ascêncio, gestora de enfermagem; Sergio Augusto Sergamachi, gestor de engenharia e manutenção; e Valter Gustavo Severino Silva Faustino, gestor de recursos humanos.